Explicação
O porquê de escrever
Outro dia deixei a minha irmã ler um dos meus textos, o que gerou as seguintes indagações:
- Nossa, você quem escreveu?
- Sim.
- Mas, assim… do nada?!
Novamente me resumi ao “Sim”.
Mas aquela pergunta me gerou tantos sentimentos. Porque a minha vontade de escrever vem de tudo. Menos do nada.
Vem das experiências nos relacionamentos cotidianos e da experiência que adquirimos com eles.
Vem daquelas paixões platônicas enquanto atravessamos a rua.
Vem das amizades sinceras e eternas ou das que se perderam no tempo ou perderam o sentido.
Vem do entender que relação não significa compromisso, mas o compromisso pode fazer parte de uma relação.
Vem daquele amoreódio do dia a dia em casa, as brigas com os irmãos e as desculpas antes de dormir.
Vem do aviso de “Cheguei bem” que acende o celular da mãe às 5h da manhã.
Vem do primeiro beijo e do primeiro pé na bunda.
Vem do olho no olho, nariz com nariz, a falta de ar e a boca na boca.
Vem das memórias de quem não está mais, mas que permanece de alguma forma.
Vem das ligações e mensagens de madrugada, de manhã ou no meio da tarde, só pra dizer que lembrou.
Vem da dor de se entregar e quebrar a cara ou, do sentimento inexplicável, de quando se é correspondido.
Vem do cheiro do perfume que fica na roupa depois do abraço.
Vem do namoro de 3 anos e daquele de um ano e meio e daquele que ainda nem aconteceu.
Vem dos sonhos pro futuro e como eles mudam constantemente.
Vem do fazer planos e do viver um dia de cada vez.
Vem do se permitir: Sentir, fazer, errar e crescer.
Vem do perceber de como tudo isso vai construindo sua história, seus aprendizados, seus textos, seus pensamentos e idéias e o seu ser.
Esse tudo, que vem de qualquer coisa… menos do nada.